quarta-feira, 2 de julho de 2014

Júlia apresenta um estilo próprio dentro do gênero policial


Apesar de não ser tão badalada quanto os seus congêneres italianos como Tex e Ken Parker, Julia apresenta desde as suas primeiras edições um patamar elevado de qualidade. Giancarlo Berardi estreou um dos seus mais famosos títulos com um arco de três edições apresentando uma história poderosa.  Em Júlia #1-3, Berardi apresenta não só sua personagem principal, mas também um de seus mais marcantes personagens: Myrna.

Ao estilo dos quadrinhos italianos, Berardi apresenta em cada edição uma história fechada. Mas nessas três primeiras edições, ele opta centrar o suspense sobre Myrna, o perfeito contraponto à criminóloga. Aqui, ele lança as bases dos personagens e dita o tom da maioria das tramas que viriam a seguir. Sem qualquer pretensão de rebuscamento ou sofisticação, J. Kendall apresenta bons roteiros e que, além de divertir, dá exemplo de como se deve se conduzir um roteiro.

Júlia tem seu método próprio de trabalho, que é diferente de outros detetives da literatura, como Poirot e Maigret. Ela tem um modo particular de conjugar o conhecimento acadêmico com a curiosidade própria dos investigadores tradicionais. Para os apreciadores de histórias policiais, J. Kendall é leitura obrigatória.

Julia #1-3
***** 8,5
Bonelli Comics | 1998
Mythos | 2005
De Giancarlo Berardi (roteiro) e Luca Vannini, Corrado Roi e Gustavo Trigo

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